
Mais que uma festa, a data foi pensada para marcar a promulgação da Lei nº 10.639/2003, que previa o ensino obrigatório da “História e Cultura Afro-Brasileira” em todas as escolas do Brasil, onde mais de 56% da população se declaram pretos ou pardos. Como as leis não bastam, cinco anos depois, o Ministério da Educação avaliou que a norma não havia surtido o efeito esperado por falta de capacitação dos educadores. Não vamos lamentar, afinal a consciência pressupõe luta.
A melhor notícia vem da Feira Literária Internacional de Paraty, a Flip 2022, que se propõe a dar visibilidade e voz ao que está nas margens, a começar por Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista negra do Brasil, homenageada nesta 20ª edição do evento. Com seu romance “Úrsula”, de 1859, Maria Firmina derrubou barreiras na literatura feminina e abolicionista.
“Pensamos em dar o recado do que essa Flip quer representar, já a partir da homenagem, e trazer para o centro uma autora que foi ignorada por muito tempo e que tem sido trazida à tona e trabalhada, sobretudo, por pesquisadoras mulheres”, explicou Fernanda Bastos, uma das curadoras do evento.
A programação terá a participação de nomes importantes como a francesa Annie Ernaux (Prêmio Nobel de Literatura 2022) e a cubana Teresa Cárdenas, voz central da literatura negra latino-americana.
A Flip 2022 começa nesta quarta-feira (23) e vai até domingo (27), em Paraty/RJ. Saiba mais no site oficial do evento: Home – Flip.