“Eu sou essa gente que se dói inteira porque não vive só na superfície das coisas”

Rachel de Queiroz

Impossível falar de Rachel de Queiroz sem mencionar capacidade de síntese e originalidade, características que a consagraram como uma grande escritora.

Nascida em 17 de novembro de 1910, Fortaleza – CE, Rachel foi a primeira mulher a ingressar à Academia Brasileira de Letras e a receber o Prêmio Camões. Além de escritora, ela também atuou como jornalista, tradutora e teatróloga, abrindo caminho para nós, mulheres, de muitas formas.

Estreou na literatura com o romance “O Quinze”, premiado pela Fundação Graça Aranha, que expõe a luta de um povo contra a miséria e a seca, representando um importante impulso para a corrente literária “Romance Regionalista de 30 ou neorrealismo”.

Dos 22 livros publicados pela escritora, “Memorial de Maria Moura” ganhou enorme notoriedade ao ser transformado em minissérie. Detalhe: Rachel tinha 82 anos quando escreveu esse livro.

De todos eles, o meu preferido é “Tantos Anos”, escrito em parceria com a irmã, Maria Luíza. A obra mescla história política com recordações pessoais e revela fatos desconhecidos sobre a família, com publicação de fotos do acervo pessoal das autoras (após a morte de Rachel, recebi um exemplar de presente de Maria Luíza de Queiroz e o li de imediato!).

Rachel frequentou a escola apenas dos 10 aos 15 anos, quando se diplomou Professora e lecionou História, como substituta, por um breve período. “Contudo, eu lia muito. Mamãe tinha uma biblioteca muito boa e tanto ela quanto papai me orientavam nas leituras”, contava ela ao falar sobre sua formação acadêmica.

Dois anos depois de formada, iniciou sua longa carreira como Jornalista, profissão da qual se orgulhava e com a qual se definiu até o final dos seus dias porque era a que trazia o seu sustento.

Em 2000, Rachel de Queiroz sofreu uma isquemia, mas recuperou-se e continuou suas atividades profissionais. Foi nessa época que ela leu um texto meu e escreveu o prefácio do que viria a se tornar o meu primeiro romance – Betsy

Rachel de Queiroz morreu dormindo, vítima de enfarte, aos 92 anos, em seu apartamento, no Leblon, zona sul do Rio, no dia 4 de novembro de 2003.

 

4 comentários em “<strong><strong>“Eu sou essa gente que se dói inteira porque não vive só na superfície das coisas”</strong></strong>”

  1. Homenagear aqueles que fizeram a diferença, como Rachel de Queiroz, e que deixaram registradas a sua contribuição para um mundo melhor – mais atento, inconformado ou poético – é a maneira de mantê-los vivos.
    “Falam que o tempo apaga tudo. Tempo não apaga, tempo adormece.”
    Rachel continua desperta.

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