Trilogia Scythe

Hoje gostaria de recomendar a trilogia distópica Scythe (Foice, em português), do escritor americano Neal Shusterman. Conheci essa série por indicação da minha filha mais nova, mas fui fisgada pela escrita de Shusterman, que aborda questões importantes de forma original, sem cair nos clichês adolescentes típicos desse gênero. Vale ressaltar que ele foi o vencedor do National Book Award de 2015 na categoria Young Adult.

O primeiro livro da série é O Ceifador, com 448 páginas. Apresenta um mundo ideal, sem fome, miséria, doenças ou guerras, onde o ser humano vive eternamente, graças a um processo de “revivificação”. Uma evolução da antiga Era Mortal!

Tudo parece perfeito, mas não demora a surgir o primeiro problema: a superpopulação do planeta. A solução encontrada é a criação de um grupo de honoráveis, cuja missão é “coletar” um número determinado de pessoas, conforme estabelecido em 10 mandamentos pelos ceifadores-fundadores. Novos problemas se apresentam diante das consequências de uma vida monótona e sem desafios, além do impacto na sociedade ao conviver com os temíveis ceifadores.

Como uma das prerrogativas dos ceifadores é se “autocoletar”, a tradição determina a admissão de novos ceifadores. É nesse ponto que surgem os protagonistas Citra Terranova e Rowan Damisch, dois adolescentes recrutados como aprendizes pelo respeitado Ceifador Faraday.

O segundo livro, A Nuvem (496 páginas), permite conhecer melhor como a sociedade é administrada. Trata-se da onipresente e onisciente Nimbo-Cúmulo. Mas, apesar de todo o esforço dessa super IA, alguns problemas escaparão ao seu poder de atuação, uma vez que os Ceifadores são intocáveis. Caberá aos jovens Citra e Rowan, com o auxílio do líder da Grande Ressonância, descobrir como impedir que a harmonia seja destruída e, o mais importante, assegurar a existência futura da humanidade. A personificação do mal é o Ceifador Goddad, que tem muita sede de poder! E tampouco se importa com os meios para atingir seus objetivos. Por isso ele lidera um movimento dentro da Ceifa, denominado “Nova Ordem”, e defende o direito ao prazer de matar.

O último livro da série, O Timbre, conta com 560 páginas e apresenta o desfecho da trilogia Scythe. É quando as mudanças necessárias de fato acontecem, impondo uma reorganização às instituições Ceifa e Grande Ressonância. Para isso, o papel da Nimbo-Cúmulo será preponderante. Além dos protagonistas, Citra e Rowan, destaco também neste livro os personagens Greyson, Jerico, Loriana e Munira, que contribuem sobremaneira para que as mudanças se concretizem.

A trilogia é repleta de personagens interessantes e eu poderia passar horas falando deles, como a Grande Dama da Morte, o pároco Mendoza, os Ceifadores Ayn, Morrison e Possuelo, entre muitos outros. Tem muita ação e reviravoltas no enredo. Vale a pena cada página lida!

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