
Em meio a Pablo Neruda, Nicholas Sparks, Graciliano Ramos e outros nomes, eis que surge Neusa Clara Roveri, uma mulher de 72 anos que um dia sonhou ser bibliotecária. Colhida pelas vicissitudes, no entanto, passou a priorizar a família e só se reconciliou com os livros há cinco anos, quando transformou sua antiga banca de jornais no Sebo do Saber, uma livraria de usados localizada na praça da Bandeira, 205, em Salto/SP.
Tudo começou com alguns livros que recebeu em doação para serem revendidos a preços acessíveis em sua banca. Em pouco tempo, já tinha centenas de livros para organizar e revender. Hoje está perto dos 700 títulos, entre literatura infantil, infanto-juvenil, romances, biografias, autoajuda, devocionais e até livros técnicos das áreas de Administração, Marketing e Engenharia.
A banca ficou pequena para acomodar tantos livros, razão pela qual parte do acervo está organizada na casa de Neusa (Rua Gonçalves Dias, 277, em Salto), onde ela também atende os interessados em “garimpar” por alguma raridade. “Quando me perguntam se tenho algum título específico, peço dois dias para dar retorno pelo WhatsApp. Se não tenho, fico com o contato do interessado, como o de um senhor que deseja reunir toda a bibliografia de Graciliano Ramos”, conta a livreira.
Tradição dos sebos
Os sebos de livros usados são lugares encantadores e pitorescos que proporcionam uma experiência única aos amantes da leitura. Neles é possível encontrar livros antigos e raros, além de títulos conhecidos a preços acessíveis. Diferentemente de grandes livrarias, onde os livros são organizados de forma padronizada, nos sebos é possível encontrar títulos fora de catálogo, que podem ser difíceis de encontrar em outros lugares. Isso faz com que a busca por livros seja uma aventura e uma surpresa a cada visita.
Outra coisa que torna os sebos tão especiais é o fato de que eles são lugares onde se pode encontrar histórias e traços da vida das pessoas. Livros que já foram lidos, com notas e marcações nas margens, são uma janela para o passado e para as vivências de seus antigos proprietários.
A origem da palavra “sebo” como sinônimo de livraria de livros usados é controversa, mas muitos dizem que vem do francês sebon, ou gordura, em referência à ideia de que os livros usados eram gordura que se acumulava na estante.
Há sebos muito tradicionais no Brasil, como a Livraria Calil, o mais antigo sebo da cidade de São Paulo. Ela surgiu em 1945, quando os intelectuais passaram a se encontrar na Barão de Itapetininga. Tem livros raros, como a primeira edição de “Os Sertões”, de Euclides Cunha. (R. Barão de Itapetininga, 88, 9º andar, República, São Paulo. Site: livrariacalil.com.br)
É famoso também o Sebo do Messias, fundado em 1970 por Messias Antonio Coelho, que ainda administra o estabelecimento e, segundo consta, nunca tira férias. Num espaço de 2 mil m², o Sebo do Messias tem um acervo impressionante de mais de 500 mil títulos, entre livros, revistas, gibis, dvds, cds e lps. Para manter toda essa estrutura conta com uma equipe de 49 funcionários.
Há alguns anos inaugurou sua loja virtual, considerada uma das melhores da América Latina: https://sebodomessias.com.br
Excelente atendimento!!!